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A China do encanto e a China da “magia vermelha”

Talvez, o ano de 2020 passará para a História como o ano da China. Não falemos do famigerado vírus, mas de uma minoria esquecida.

Xinhuamen Gate of Zhongnanhai across Changan Street1

Redação (08/07/2020 11:29, Gaudium Press) A China sempre despertou  admiração no mundo Ocidental. Desde que Marco Polo espalhou pela Europa as narrativas de um reino maravilhoso nos confins da Ásia, o império dos mandarins se afigurou como uma espécie de terra encantada, com traços de mito, saída de algum conto de fadas. O aventureiro italiano descrevia cidades feitas de porcelana, ouro e marfim, nas quais a população se vestia de pedrarias, sedas e finos tecidos.

Navegaram, então, os descobridores, seduzidos pelas riquezas, sim, mas também por um inexplicável “encanto mágico” daquelas terras.

Para lá acorreram os missionários, atraídos por esta força misteriosa. São Francisco Xavier desejou-a tanto, que, a caminho da China, agonizando numa ilhota, pediu que virassem seu corpo para a grande nação, a fim de morrer tendo seus olhos voltados para o “reino encantado”.

Mateo Ricci, o famoso e controverso jesuíta que introduziu o catolicismo na China, também deixou-se conquistar pela mítica sedutora. Apóstolo incansável, viveu e morreu naquelas terras o “grande sábio do Ocidente”. Familiarizou-se tanto com os costumes e a língua dos mandarins, que, no fim da vida, se lamentava pelos erros de italiano que cometia ao redigir suas cartas: o chinês tornara-se seu primeiro idioma.

Até princípios do século XX, o reino encantado exercia forte e misteriosa atração sobre os ocidentais. E agora?

Passou o encanto?

Em 2o20, as coisas parecem mudar. O coronavírus maculou o encanto chinês e o mundo passou a olhar, com desconfiança e desgosto, o gigante asiático, sobretudo depois do segundo surto do covid em Pequim.

Curiosamente, apesar da pandemia, a China continua a exercer uma influência sobre o mundo. Agora, porém, seus encantamentos têm matizes vermelhos. Já não é mais aquela atração cheia de graça e beleza, mas uma magia que seduz e engana.

Perseguição silenciosa na China

Nos últimos três meses, mais de 500 cruzes foram removidas somente na província de Anhui, perto de Shangai. O governo comunista está levando a cabo uma violenta perseguição à liberdade religiosa dos católicos naquele país e o mundo permanece em silêncio. Ninguém diz nada. Onde estão os defensores das minorias?

Silêncio, opressão, perseguição. São estas as novas tintas do encantamento chinês. Em breve, essa espécie de magia se voltará com mais força para o Ocidente. Ela derrubará nossas cruzes.

Não nos iludamos com suas magias atrativas. Enquanto elas forem vermelhas, não serão genuínas.

Por Paulo da Cruz

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