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Hospital impede sacerdote católico de ministrar extrema unção em paciente

O hospital relata que não havia sido informado que se tratava de uma visita religiosa, entretanto, o sacerdote contou que esta não foi a primeira vez que isso ocorreu.

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São Paulo – Santos (07/07/2020 14:00, Gaudium Press) O Padre Joseph Thomas Puzhakara foi impedido de ingressar no Hospital Irmã Dulce, localizado em Praia Grande, litoral de São Paulo, onde ministraria o sacramento da extrema-unção a uma idosa, de 79 anos.

“Um senhor daqui da comunidade me procurou por volta das 22h30 de sábado (4). Ele estava desesperado porque a esposa teve um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e estava internada no Hospital Irmã Dulce”, explicou o sacerdote que é da Paróquia Nossa Senhora das Graças, que faz parte da Diocese de Santos.

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Segundo o sacerdote, apesar de ter sido chamado pelo marido da paciente, ele entrou em contato com o hospital antes para saber o horário em que poderia realizar a visita na qual ministraria o sacramento. Lhe foi comunicado que poderia ir às 15h do domingo (7).

Entretanto, ao chegar no hospital junto do marido da paciente, o Padre, mesmo utilizando máscara e seguindo todos os protocolos de saúde teve sua entrada barrada. Uma hora depois, a mulher, que fazia parte do coral da igreja, faleceu.

“Eu tenho crachá para entrar no hospital, mas mesmo apresentando lá na hora, não deixaram. Ele [marido da enferma] disse para o pessoal do hospital: ‘minha mulher está morrendo, está nos últimos momentos e eu gostaria que o padre pudesse dar a extrema-unção a ela, por favor, deixe’, mas eles falaram que eu estava proibido de entrar devido ao coronavírus”, recordou em entrevista ao portal G1.

Direito garantido por lei

Religiosos pertencentes a qualquer confissão estão garantidos pela lei 9.982, sancionada em julho de 2000, a acessarem “hospitais da rede pública ou privada, bem como aos estabelecimentos prisionais civis ou militares, para dar atendimento religioso aos internados”.

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De acordo com esta mesma lei, “os religiosos chamados para prestar assistência nas entidades devem acatar as determinações legais e normas internas de cada instituição hospitalar ou penal, a fim de não pôr em risco as condições do paciente ou a segurança do ambiente hospitalar ou prisional”.

O hospital relata que não havia sido informado que se tratava de uma visita religiosa, entretanto, o sacerdote contou que esta não foi a primeira vez que isso ocorreu. Inclusive, por conta de casos como este, há cinco anos “conseguimos crachá para entrar sem nenhuma barreira. Mas tem hospital que não respeita e não autoriza”, lamenta o Padre Joseph Thomas. (EPC)

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