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EUA: Bispos denunciam lei que proíbe capelães de acompanhar presos no corredor da morte

É desumano e cruel negar a um prisioneiro o acesso à assistência e acompanhamento espiritual diante da morte iminente, diz Bispo.

É desumano e cruel negar a um prisioneiro o acesso à assistência e acompanhamento espiritual diante da morte iminente, diz Bispo. 

Redação (19/06/2020 13:16, Gaudium Press) A Conferência dos Bispos Católicos do Texas (Estados Unidos) acaba de denunciar a implementação de uma lei que impede os capelães de acompanharem os condenados à morte durante a execução da pena.

Com isso, afirmam os Bispos, a assistência religiosa na hora derradeira fica proibida, negando-se ao condenado a possibilidade de ter o conforto espiritual, além do “perdão e redenção”.

Já no último dia 12 deste mês os bispos haviam apresentado um amicus curiae na Suprema Corte dos Estados Unidos na qual declaram sua afirmação de que proibir que os capelães estejam presentes na câmara de execução é uma violação da liberdade religiosa.

Terrível recusa da possibilidade de perdão e redenção

Em um comunicado, a diretora executiva da Conferência dos Bispos Católicos do Texas, Jennifer Carr Allmon, destacou que que negar a um prisioneiro a oportunidade de ter um capelão durante sua morte “representa uma terrível recusa da possibilidade de perdão e redenção”.

A proibição a que Jennifer se refere foi emitida em consequência da sentença da Suprema Corte de 2019, onde o prisioneiro budista, Patrick Murphy, solicitou a presença de seu conselheiro espiritual durante sua execução.

Até então, a lei do Texas permitia a presença de sacerdotes, pastores e imãs.
Então, as autoridades promotoras da lei afirmam que ela surgiu para oferecer um tratamento igual para todos os casos.

Bispos se manifestam após pedido de prisioneiro católico

A manifestação dos Bispos surgiu com o caso de prisioneiro no Texas, Rubén Gutiérrez, de 43 anos, condenado à morte por latrocínio.

Os advogados de Gutiérrez enviaram uma carta ao governador do estado onde afirmavam que seu cliente, sendo um “católico devoto” necessitaria de acompanhamento espiritual durante sua execução.

Os advogados pediam o adiamento da execução para que o Departamento de Justiça Criminal pudesse revisar a lei e voltar a permitir a presença dos capelães durante a execução do prisioneiro.

Afronta às dimensões morais e religiosas da dignidade humana

O Bispo de Brownsville, Texas, Dom Daniel E. Flores, disse que é desumano e cruel negar a um prisioneiro o acesso à orientação e acompanhamento espiritual diante da morte iminente.

“É uma afronta às dimensões morais e religiosas da dignidade humana, que são claramente protegidas pela Primeira Emenda da Constituição”, acrescentou.

A assistência espiritual de um capelão traz problemas de segurança na hora da execução?

Finalmente, a Suprema Corte bloqueou a execução de Gutiérrez uma hora antes de sua realização e indicou que, se a sentença fosse a favor do prisioneiro, pediria que o Texas avalie a proibição dos capelães na câmara de execução.

A Corte Suprema ainda pede que se determine “se haveria problemas de segurança graves se fosse permitido que um prisioneiro, que enfrenta a execução, chame um assessor espiritual de sua escolha para estar em sua presença imediata durante a execução”. (JSG)

 

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