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O Gênio e o Monge

Redação (Quinta-feira, 09-01-2020, Gaudium Press) Da janela da casa, Leopold contemplava tranquilamente o florido campo primaveril.

O gênio e o Monge-Foto- Arquivo Gaudium Press.jpg
Sua obra não é inteiramente conhecida.
Estão catalogadas cerca de 700 composições, mas a lista é incompleta.
Foto:Arquivo Gaudium Press

De repente, vinda do sótão, uma harmoniosa música se faz ouvir.

Quem seria o executante?

Sua esposa, Anna, havia saído com a filha. Ficara apenas o caçula, mas tão pequenino… não podia ser ele!

Quem seria então?

Pé ante pé, Leopold sobe a escada, abre silenciosamente a porta e encontra o “culpado”!

Sentado num banquinho, quase maior que ele, seu pequeno Wolfgang, o caçula, mal chegado aos três anos de idade, tocava compenetrado e distendido uma peça musical…

Como era possível?

– Wolfgang! – Chamou Leopold.

O pequeno pirralho, sem se voltar, diz ao pai:

– Veja papai como esse trecho parece com o canto dos rouxinóis… e este outro com o vento do outono…

O pai, Leopold, um pouco surpreso, vai até junto do filho e escuta um pouco mais.

– Papai, meu pé não alcança os pedais, por isso não consigo fazer os acordes. O senhor podia pedir para fazerem um cravo?¹? com os pedais mais perto do teclado. Aí eu consigo fazer os acordes.

O menino era nada mais nada menos que Wolfgang Mozart, talvez o maior gênio musical da História.

Alguns meses depois

Leopold dirige o ensaio de uma nova sinfonia a ser apresentada em breve na visita do Imperador.

Logo após o início, a porta se abre e, empurrando uma cadeira, entra um pirralho: era Wolfgang.

– Onde você vai, Wolf?

– Quero tocar junto!

E, sem mais, senta-se, com um pequeno e reluzente violino.

– Mas você não participou dos treinos, Wolf…

– Se o senhor deixar, eu toco a segunda voz. Aí não atrapalho…

Schachtner, primeiro violino, intercede em favor de Wolf e, afinal, Leopold consente. Mas com uma condição:

 

– Você tocará baixinho para não atrapalhar.

Wolf sorri contente e obedece.

Mozart toca para a Imperatriz da Áustria

Mas… aos poucos, Schachtner, o primeiro violino, toca cada vez mais baixo e por fim pára.

Wolf sozinho executa perfeitamente a peça…

Vem o trecho do solo de violino e ele o executa sem um erro.

Os ouvidos de músico de Leopold – e talvez mais ainda o coração de pai – fazem rolar lágrimas pelas faces: seu pequeno Wolf, sem ter ensaiado, supera os músicos profissionais, com experiência de anos…

* * *
Passam-se anos. Wolf, aliás Wolfgang, ou – em seu nome completo Joannes Crysostomus Wolfgangus Teophilus Mozart – já está célebre.

Sua obra completa ainda não é inteiramente conhecida. Estão catalogadas cerca de 700 composições, mas sabe-se que esta lista é incompleta.

Entre as catalogadas, estão 50 sinfonias, 20 óperas e 20 missas.

Para cada uma dessas obras compôs as partituras de todos os instrumentos, e, nas não sinfônicas, também as partituras das várias vozes.

Há sinfonias de sua autoria com mais de 30 partituras individuais, uma para cada instrumento etc.

Ouve alguém tocar noórgão uma música majestosa: é o “Dies Irae”

O Gênio e o Monge-Foto Gaudium Press.jpg
No silêncio do seu mosteiro
ele se pôs a rezar, meditar e cantar…
Foto Gaudium Press

Certo dia -já beirava os 34 anos, idade em que morreu – passeava com um amigo pelo campo e resolve entrar numa pequena e aconchegante capela.

No silêncio, na penumbra sacral, iluminada apenas pela luz colorida dos vitrais, ouve alguém tocar em órgão uma música majestosa: é o “Dies Irae”.

Mozart ouviu atentamente e, terminado o eco dos últimos acordes, volta-se para seu acompanhante e confidencia emocionado:

– Eu daria toda minha obra só para ter composto essa melodia.

Quem é o autor do Dies irae?

Um monge anônimo.

No silêncio do seu mosteiro ele se pôs a rezar, meditar e cantar…

De sua vida contemplativa brotou uma maravilha, pela qual o grande Mozart trocaria todas suas obras…

(ARM-JSG)
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?¹? Instrumento musical que antecedeu o piano.

 

 

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