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Papa na Audiência Geral: perdão e doação; pilares da convivência fraterna

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 21/09/2016, Gaudium Press) – “Misericordiosos como o Pai” foi o tema da Audiência Geral desta quarta-feira (21/09), na Praça S. Pedro.

Apesar da chuva que caiu em Roma pela manhã de hoje, houve a Audiência Geral das quartas-feiras e o Papa Francisco teve oportunidade de dirigir-se a cerca de 25 mil fiéis que foram até a Praça São Pedro para ouvi-lo tratar do tema “Misericordioso como o Pai”.

Francisco afirmou aos presentes que ser misericordioso não é um slogan, mas um compromisso de vida e lembrou logo da possibilidade de ser possível amar como Deus:
O Papa afirmou que a misericórdia e o perdão são uma marca da vida dos católicos e não um “slogan” sem consequências práticas.

“Ser misericordiosos significa saber estender a mão, oferecer um sorriso, realizar um gesto de amor para com todos os que necessitam”, explicou.

Pergunta do Papa

É realmente possível amar como Deus ama e ser misericordioso como Ele?”, perguntou aos presentes o Santo Padre para em seguida explicar:

“Se olharmos a história da salvação, vemos que toda a revelação de Deus é um incessante e incansável amor pelos homens: Deus é como um pai e como uma mãe que ama de amor insondável. A morte de Jesus na cruz é o ápice da história de amor de Deus com o homem. Um amor tão grande que só Deus pode realizar.”

Comparando nosso amor com o amor sem medida do Senhor, continuou Francisco, sem dúvida, nosso amor parecerá imperfeito.

“Ser perfeito significa ser misericordiosos”, afirmou. Mas quando Jesus nos pede para sermos misericordiosos como o Pai não pensa na quantidade, mas no compromisso dos discípulos de se tornarem sinais, canais, testemunhas da misericórdia infinita de Deus.

Igreja, sacramento de misericórdia

O Papa acrescentou que a Igreja só pode ser sacramento da misericórdia de Deus no mundo, em todos os tempos e por toda a humanidade. Na prática ser misericordioso significa saber perdoar e doar-se.

Jesus não pretende subverter o decurso da justiça humana, disse o Papa, porém, lembra aos discípulos que para ter relações fraternas é preciso suspender os juízos e as condenações:

Se Deus me perdoou…

“O cristão deve perdoar. Por quê? Porque foi perdoado.

Todos nós que estamos aqui nesta Praça fomos perdoados. Todos nós, em nossas vidas, sentimos necessidade do perdão de Deus. Porque fomos perdoados, devemos perdoar. Todos os dias rezamos no Pai-Nosso: perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Assim é fácil perdoar.

Se Deus me perdoou porque não posso perdoar? Sou maior que Deus? Entenderam bem isso?”

Amor misericordioso: único caminho a percorrer “Julgar e condenar o irmão que peca é errado”, destacou o Papa.

“Não temos o poder de condenar o nosso irmão que erra, não estamos acima dele: mas temos o dever de recuperá-lo à dignidade de filho do Pai e de acompanhá-lo no seu caminho de conversão.” “Deus não quer renunciar a nenhum de seus filhos”, frisou o Pontífice.

Perdoar é o primeiro pilar que sustenta a comunidade cristã, continuou. O segundo pilar que sustenta a comunidade cristã é doar-se.

Estar disposto a doar-se obedece a uma lógica coerente: na medida em que se recebe de Deus, se doa ao irmão, e na medida em que se doa ao irmão, se recebe de Deus!

Portanto, concluiu o Papa, o amor misericordioso é o único caminho a percorrer.

Necessidade de perdoar, ser misericordioso

Para terminar suas palavras Francisco reafirmou:

“Quanta necessidade temos todos nós de sermos um pouco mais misericordiosos, de não falar mal dos outros, de não julgar, de não falar mal com críticas, com inveja, com ciúme. !

Perdoar, ser misericordiosos, viver a nossa vida no amor e doar. Este amor permite aos discípulos de Jesus não perder a identidade recebida por Ele, e reconhecer-se como filhos do mesmo Pai.

Misericórdia e dom

Perdão e doação: assim o coração se alarga no amor. Ao invés disso, o egoísmo, a raiva faz com que o coração se torne pequeno, duro como uma pedra.
O que vocês preferem: um coração de pedra ou um coração cheio de amor?”, perguntou aos fiéis na Praça e finalizou:

“Se preferirem um coração repleto de amor, sejam misericordiosos!” (JSG)

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